Fundamentos da Técnica de PCR

Em 1993, Kary Mullis, um geneticista ao serviço da Cetus, uma empresa de Biotecnologia da Califórnia, recebeu o prémio Nobel da Química pelo desenvolvimento de um método que permite sintetizar, em poucas horas e in vitro, uma grande quantidade de um determinado fragmento de DNA. Esta técnica faz parte integrante da moderna biotecnologia molecular, tendo trazido um enorme progresso a áreas como o diagnóstico de doenças, medicina forense entre muitas outras para além da Investigação em Biologia.

A técnica de PCR (polymerase chain reaction - reacção em cadeia pela polimerase) baseia-se no processo de replicação de DNA que ocorre in vivo . Durante o PCR são usadas elevadas temperaturas de forma a separar as moléculas de DNA em duas cadeias simples, permitindo então a ligação de oligonucleótidos iniciadores (primers), também em cadeia simples e geralmente constituídos por 15 a 30 nucleótidos, obtidos por síntese química. Para amplificar uma determinada região são necessários dois iniciadores complementares das sequências que flanqueiam o fragmento de DNA a amplificar, nos seus terminais 3', de modo a permitir a actuação da DNA polimerase durante a síntese da cadeia complementar, usando como molde cada uma das duas cadeias simples constituintes do DNA a amplificar (figura 1).

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Para realizar PCR são necessárias pequenas quantidades do DNA alvo, um tampão salino contendo a polimerase, oligonucleótidos iniciadores, os quatro desoxinucleótidos constituintes do DNA e o cofactor Mg2+. Esta mistura é submetida a vários ciclos de amplificação que consistem em:

■Desnaturação do DNA alvo pelo calor (tipicamente 1 minuto a 94-96ºC), de modo a separar as duas cadeias

■Associação dos iniciadores por ligações de hidrogénio ao DNA alvo em cadeia simples. Para permitir essa associação, a mistura de reacção é arrefecida (tipicamente a temperaturas entre 50 e 65ºC, durante 1 minuto; a temperatura a usar depende da % GC da sequência a amplificar)

■Extensão dos iniciadores através da síntese da cadeia complementar de cada cadeia molde, catalisada pela DNA polimerase (tipicamente 1 minuto a 72ºC)

O processo envolvendo estes três passos, pode ser repetido várias vezes (25 a 30 ciclos) sendo possível aumentar, em cada ciclo, duas vezes a concentração de DNA pré-existente (figura 2). Em teoria, se for possível levar a cabo 25 ciclos de amplificação seguidos, a concentração de DNA aumentaria 225 vezes embora, na prática, devido a alguma ineficiência no processo de amplificação, esse aumento fique por um milhão de vezes.


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Como na técnica de PCR se encontram envolvidos vários ciclos de amplificação, foi desenvolvido equipamento que permite programar, de forma contínua e automatizada, os vários ciclos de aquecimento e arrefecimento. Para tal ser concretizável, as DNA polimerases utilizadas deverão ser termoestáveis, tendo tal sido conseguido com o isolamento da DNA polimerase da estirpe termofílica Thermus aquaticus (Taq DNA polimerase) que actua a temperaturas elevadas levando assim a um aumento da especificidade da reacção. De referir ainda que o produto de PCR pode ser visualizado após electroforese em gel de agarose e o seu tamanho ser estimado por comparação com padrões lineares de DNA.

Homicídios praticados com armas de fogo

A GNR registou uma diminuição de 14% nos homicídios em 2005, relativamente ao ano anterior. A Judiciária confirmou na área de Lisboa 65 casos. Mas afirma que, apesar de a tendência neste tipo de crime ser para estabilizar, há algumas diferenças. "Têm vindo a aumentar os casos praticados com armas de fogo e resultantes de assaltos", refere o director nacional adjunto, Carlos Farinha. Até agora, era um "crime sobretudo passional ou de rixa. Hoje, já se notam alguns casos resultantes de assaltos, confirma também uma médica do Instituto de Medicina de legal de Lisboa. Em 2005, chegaram ao instituto 58 casos para analisar, todos enviados pelas autoridades policiais e complexos. Segundo Luísa Eira, as vítimas aparecem com lesões traumáticas vitais na cabeça e no tronco, continuando a ser maioritariamente homens, na faixa etária dos 25 aos 40 anos. "Antes era raro aparecer um jovem, agora já não é assim. Não há um aumento significativo, mas nota-se alguma diferença", explica ao DN. A tendência relativa a este crime é para estabilizar, mas, segundo a estatística nacional, dois em cada três continuam a ser cometidos por indivíduos que conhecem bem as vítimas.

Mais de 7500 crimes por dia em Portugal

2009-03-13

Portugal parece cada vez menos um país de brandos costumes. Estatísticas provisórias indicam uma subida da criminalidade, particularmente evidente nos crimes violentos, a uma média de 67 por dia. Feitas as contas, em 2008, foram registados mais de 1100 crimes por mês, para um total superior aos 400 mil.

Os dados sobre a criminalidade constantes do Relatório Anual de Segurança Interna não incluem os dados dos crimes nas escolas, mas configuram, já, o maior aumento desde que há registo. No total, em 2008, as forças de segurança registaram 421037 crimes, a uma média superior a 1100 por dia, dos quais 24 313 foram violentos (cerca de 67 por dia).

Os assaltos a bombas de gasolina, a bancos e ourivesarias destacam-se entre os 24 313 crimes violentos, em 2008. De um ano para o outro, duplicaram os assaltos a agências bancárias (230 contra 108 em 2007) e às estações de serviço (468 contra 241 em 2007).

Os dados, a que o Diário de Notícias teve acesso, registam, ainda, o aumento nos crimes contra pessoas: em 2008, foram assassinadas 143 pessoas (mais 7,5% que em 2007) e registados 761 agressões violentas, mais 99 que em 662 de 2007.

Os dados do Relatório Anual de Segurança Interna,. Divulgados pelo DN, indicam um pico de violência no terceiro trimestre de 2008, período no qual a criminalidade violenta subiu 16,84% e a geral 11%.

Ciência forense: De exceção já passou a regra, mas ainda está longe do CSI

O recurso à ciência forense passou de exceção a regra em meio século, a idade do Laboratório de Polícia Científica português. O que não quer dizer que séries como o CSI sejam fiéis à realidade. Na televisão, tudo é sempre mais rápido.

"Passámos de uma realidade de exceção para uma realidade de massa. Há alguns anos atrás, [os exames forenses] eram situações raríssimas", realça Carlos Farinha, diretor do Laboratório de Polícia Científica (LPC), unidade integrada na Polícia Judiciária (PJ).

Salpicos de sangue, análises de ADN, exames balísticos - várias séries de televisão circulam atualmente à volta de peritos forenses expeditos em dar aos vestígios de crime um significado.
 
Fontes:
Jornal de Notícias
06 - 02 - 2010

"Agora pode ler-se nos olhos dos mortos a data do nascimento"

Investigadores na Dinamarca desenvolveram um método que permite apurar, através da análise da lente do olho, a data de nascimento de uma pessoa.
A descoberta - da autoria de investigadores da Universidade de Aarhus, na Dinamarca - poderá ajudar os cientistas forenses a determinar a data de nascimento de um corpo não identificado e ter outros desenvolvimentos no campo das Ciências da Saúde.

A lente do olho é constituída por proteínas transparentes, chamadas cristalinos, ligadas de forma tão estreita e particular que se comportam como cristais, através dos quais passa a luz, permitindo a visão. Acontece que estas proteínas se formam entre a concepção e a idade de 1-2 anos, e não sofrem alterações fundamentais durante o resto da vida, e foi isso que levou os cientistas a desenvolver o novo método.

O Carbono-14 é um isótopo radioactivo que ocorre naturalmente na natureza, onde se degrada em nitrogénio muito lentamente e de modo inofensivo para os seres humanos, plantas ou animais.

Quando o organismo morre, a quantidade de C-14 vai baixando lentamente durante milhares de anos, enquanto se transforma em nitrogénio, e esta é a base do chamado método Carbono 14, conhecido como datação por radiocarbono, que os cientistas usam para datar achados biológicos ou arqueológicos.

Como os cristalinos não sofrem alterações durante a vida, eles reflectem o conteúdo de C-14 presente na atmosfera no momento em que se formam. Com base nisso, um grande acelerador nuclear da Universidade de Aahrus permite agora determinar a quantidade de C-14 numa amostra tão ínfima como um miligrama de tecido lenticular, e dessa forma calcular o ano de nascimento.


Fontes: